quinta-feira, 5 de novembro de 2015

POPULAÇÃO REVOLTADA VOLTA A DEPREDAR A CASA DO ACUSADO DE MATAR O JOVEM NO QUATI


A população do bairro Quati I, na Zona Norte de Petrolina, ateou fogo na casa do suspeito de assassinar um jovem, de 19 anos. Revoltados com a violência contra o rapaz, os moradores arrombaram a casa e quebraram móveis na noite da quarta-feira (4). E no final da manhã da quinta-feira (5), um grupo voltou à casa do suspeito e quebrou o muro da frente da casa.
A frente da casa tinha sido pichada e o grupo escreveu a palavra "assassino". Cerca de 15 a 20 jovens derrubaram o portão da residência e atearam fogo, que se alastrou pelo local. "Começaram a gritar e derrubar o portão. Quebraram as coisas. O fogo chegou até a casa da vizinha do lado. Ela chegou a tirar alguns móveis", disse um dos vizinhos, que não quis se identificar. Os moradores da rua afirmaram que o autor da violência contra o rapaz era uma pessoa agressiva, principalmente quando bebia.
A Polícia Militar foi solicitada para evitar nova violência. O Corpo de Bombeiros foi chamado para conter as chamas. Mas na manhã desta quinta-feira, ainda era percebida muita fumaça saindo da casa do suspeito.
Alguns vizinhos já estavam mudando-se com medo de que outras agressões acontecessem. Um grupo de estudantes da escola que a vítima estudava foi até o local que ele foi morto e fez uma oração. Eles organizam uma passeata nesta sexta-feira (6) pelas ruas do bairro.
O autor do crime está foragido e sob investigação da Polícia Civil. De acordo com a delegada de Homicídios, Sara Machado, o inquérito foi aberto na quarta-feira, quando o rapaz morreu. Algumas testemunhas já foram ouvidas e familiares do suspeito deverão ser ouvidos ainda nesta quinta-feira.
"Pelo levantameto que a gente tem no inquérito é que o acusado é uma pessoa bastante fria, cruel e violenta com os vizinhos. Temos informações de outras lesões que ele teria praticado com alguns vizinhos. O acusado está foragido e estamos realizando todas as diligências para conseguir a prisão dele", destacou a delegada.
delegada destaca que o ocorrido na noite desta quarta não é um indicativo de ameaça à família do suspeito. "A família do suspeito se mudou na tarde seguinte ao crime. Como foi um caso que teve um clamor público pela futilidade e pela crueldade, a população queimou a casa, mas não foi visto pela polícia como uma ameaça aos familiares, e, sim, como uma expressão de revolta", disse a delegada.
O adolescente foi mutilado na última sexta-feira (30) quando parou debaixo de uma árvore em frente à casa do suspeito para ler uma mensagem no celular. O agressor, segundo a delegada Sara Machado, não gostava que as pessoas ficassem no local e, com um facão, atingiu o jovem na cabeça e nos membros inferiores e superiores, chegando a decepar uma das mãos.

As investigações mostram que não havia discussões anteriores entre os envolvidos que servissem de motivação para o crime. O rapaz morreu na terça-feira (3) após ficar internado no Hospital Universitário de Petrolina em estado grave.
Colaboração G1 Petrolina
Fotos/ Amanda Franco do G1 Petrolina

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