A população do bairro Quati I, na Zona Norte de Petrolina, ateou fogo na
casa do suspeito de assassinar um jovem, de 19 anos. Revoltados com a violência
contra o rapaz, os moradores arrombaram a casa e quebraram móveis na noite da
quarta-feira (4). E no final da manhã da quinta-feira (5), um grupo voltou à
casa do suspeito e quebrou o muro da frente da casa.
A frente da casa tinha sido pichada e o grupo escreveu a palavra
"assassino". Cerca de 15 a 20 jovens derrubaram o portão da
residência e atearam fogo, que se alastrou pelo local. "Começaram a gritar
e derrubar o portão. Quebraram as coisas. O fogo chegou até a casa da vizinha
do lado. Ela chegou a tirar alguns móveis", disse um dos vizinhos, que não
quis se identificar. Os moradores da rua afirmaram que o autor da violência
contra o rapaz era uma pessoa agressiva, principalmente quando bebia.
A Polícia Militar foi solicitada para evitar nova violência. O Corpo de
Bombeiros foi chamado para conter as chamas. Mas na manhã desta quinta-feira,
ainda era percebida muita fumaça saindo da casa do suspeito.
Alguns vizinhos já estavam mudando-se com medo de que outras agressões
acontecessem. Um grupo de estudantes da escola que a vítima estudava foi até o
local que ele foi morto e fez uma oração. Eles organizam uma passeata nesta
sexta-feira (6) pelas ruas do bairro.
O autor do crime está foragido e sob investigação da Polícia Civil. De
acordo com a delegada de Homicídios, Sara Machado, o inquérito foi aberto na quarta-feira,
quando o rapaz morreu. Algumas testemunhas já foram ouvidas e familiares do
suspeito deverão ser ouvidos ainda nesta quinta-feira.
"Pelo levantameto que a gente tem no inquérito é que o acusado é
uma pessoa bastante fria, cruel e violenta com os vizinhos. Temos informações
de outras lesões que ele teria praticado com alguns vizinhos. O acusado está
foragido e estamos realizando todas as diligências para conseguir a prisão
dele", destacou a delegada.
delegada destaca que o ocorrido na noite desta quarta não é um
indicativo de ameaça à família do suspeito. "A família do suspeito se
mudou na tarde seguinte ao crime. Como foi um caso que teve um clamor público
pela futilidade e pela crueldade, a população queimou a casa, mas não foi visto
pela polícia como uma ameaça aos familiares, e, sim, como uma expressão de
revolta", disse a delegada.
O adolescente foi mutilado na última sexta-feira (30) quando parou
debaixo de uma árvore em frente à casa do suspeito para ler uma mensagem no
celular. O agressor, segundo a delegada Sara Machado, não gostava que as
pessoas ficassem no local e, com um facão, atingiu o jovem na cabeça e nos
membros inferiores e superiores, chegando a decepar uma das mãos.
As investigações mostram que não havia discussões anteriores entre os
envolvidos que servissem de motivação para o crime. O rapaz morreu na
terça-feira (3) após ficar internado no Hospital Universitário de Petrolina em
estado grave.
Colaboração G1 Petrolina
Fotos/ Amanda Franco do G1 Petrolina
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