A Aneel vai divulgar o reajuste da Celpe nesta terça. Na conta, a elevação
será cobrada a partir do próximo dia 29
É bom preparar o bolso. A conta de energia dos consumidores de
Pernambuco vai aumentar e o anúncio será divulgado na próxima terça-feira (26)
pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O impacto no bolso dos
clientes, no entanto, se dará a partir do dia 29 de abril, quando a Companhia
Energética de Pernambuco (Celpe) estará autorizada a aplicar o incremento.
Recentemente, a Aneel autorizou o reajuste de distribuidoras de três estados do
Nordeste: Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, aplicando, respectivamente,
10,72%, 12,97% e 7,73% de aumento. Analistas avaliam cenário semelhante para o
Estado.
Na análise do especialista do setor elétrico, José Antônio Feijó, é
possível que a Celpe acompanhe essa mesma linha de acréscimo. Vale lembrar que
a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) e a Companhia
Energética do Rio Grande do Norte (Cosern) são do Grupo Neoenergia, o mesmo da
Celpe. Mesmo dentro do esperado, como havia antecipado o agora ex-ministro de
Minas e Energia, Eduardo Braga, dizendo que os reajustes das concessionárias do
País seriam menores ou equivalentes à inflação acumulada dos últimos 12 meses,
estipulada atualmente em 10,36%, a elevação vai mascarar a redução da bandeira
verde, que começou a operar este mês.
Sobre o assunto Feijó chegou a comentar que ao mesmo tempo em que há um
tipo de queda, existe, por outro lado, um aumento na conta de energia. “Isso se
deve ao modelo de reajuste anual obrigatório. Esse incremento só deveria
acontecer se a tarifa vigente não proporcionasse equilíbrio
econômico-financeiro da concessão à distribuidora. Como uma empresa mostra
lucro excelente e pede reposição para equilibrar as contas? Mas não é culpa da
Celpe, que tem direito de solicitar, sim do modelo brasileiro“, explicou,
destacando que, em dez anos as tarifas brasileiras se tornaram uma das maiores
do mundo.
“Para se ter ideia, era uma das menores antes de 1995, quando se
vigorava o modelo de serviço público, no qual as tarifas eram fixadas a partir
do custo mais a taxa de retorno do capital investido, fixado entre 10% e 12%”,
comentou. No entanto, Feijó declarou que o percentual de reajuste será
entendido, apenas se a Celpe requerer os custos com a inflação. “Mas nos
últimos anos, não têm sido assim”, frisou.
Dados da Aneel revelam que a distribuidora aumentou suas tarifas
significativamente. Ano passado, o aumento médio foi de 11,25%, enquanto que,
em 2014, foi de 15,99%.
Consultor em energia elétrica da Lumina Energia, Antônio Teixeira
esclareceu também que os sucessivos aumentos foram necessários para repor os
custos das empresas com prejuízos acumulados nos últimos três anos, devido à
falta de energia contratada. “Tiveram que comprar energia mensalmente e, como
faltou água nos reservatórios, a energia subiu muito, sobretudo em função da
geração térmica”, detalhou.
Fonte: Raquel Freitas, da
Folha de Pernambuco
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