Motoristas e ciclistas
mais próximos, respeitando-se mutuamente e exercendo a civilidade numa das
áreas mais difíceis de se exercer: o trânsito. Essa é a intenção do Detran-PE
ao incluir nos testes práticos de habilitação o respeito à distância mínima que
os automóveis precisam guardar dos ciclistas. A partir desta sexta-feira
(17/4), todos os futuros motoristas habilitados terão que passar a pelo menos
1,5 metro de uma bicicleta estática que foi instalada no pátio de provas do
órgão, na Iputinga, Zona Oeste do Recife, com um manequim simbolizando um
ciclista. O respeito à distância de 1,5 metro é previsto no Artigo 201 do
Código de Trânsito Brasileiro (CTB) desde que entrou em vigor, em 1998, mas
ainda é pouco conhecido por muitos motoristas e quase nunca respeitado nas
ruas.
Por enquanto, a medida
é apenas educativa. Ou seja, os candidatos que não respeitarem a distância não
serão reprovados. Mas a partir de 1º de julho a coisa é para valer. Quem passar
a menos de 1,5 metro da bicicleta e do ciclista estáticos no pátio de provas
perderá dois pontos na avaliação. Quem encostar ou bater no ciclista será
reprovado. “Estamos dando uma contribuição para harmonizar a relação do
motorista com o ciclista. Há um mês iniciamos o processo educativo. Treinamos
2.541 instrutores de trânsito dos Centros de Formação de Condutores (CFCs) para
que eles repassassem os ensinamentos aos candidatos durante as aulas teóricas e
práticas. Também incluímos questões nos exames teóricos. Agora partimos para a
prática. Instalamos a primeira bicicleta estática no pátio da sede do Detran e
até o fim de maio estaremos instalando nos outros 19 pátios das Ciretrans do
Estado”, explicou o presidente do Detran-PE, Charles Ribeiro.
A realidade do pátio do
Detran-PE, entretanto, é bem diferente da rua. No teste, o candidato tem duas
faixas para trafegar quando passa pelo ciclista, que está parado. Nas ruas isso
raramente acontece. O condutor está em vias estreitas ou repletas de carros e o
ciclista quase sempre está espremido entre os automóveis e a calçada. Com o agravante
das “valas” que existem neste espaço. “Sabemos que a realidade é bem diferente
disso, mas não temos como reproduzir no pátio de testes os problemas reais do
trânsito, como os acidentes e até mesmo os assaltos. Acreditamos que, mesmo
assim, estamos criando a cultura da consciência no novo motorista. Ele vai para
a rua sabendo da distância que deve mater da bicicleta e respeitando mais o
ciclista”, avalia Charles Ribeiro.
Fotos: Guga Matos/JC Imagem
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