sexta-feira, 22 de maio de 2015

CONCENTRAÇÃO DE BACTÉRIAS NO RIO SÃO FRANCISCO É CANCERÍGENA



A mancha de 28 quilômetros de extensão por sete metros de profundidade no Rio São Francisco, entre Bahia, Alagoas e Sergipe, na qual foi detectada alta densidade de cianobactérias tóxicas, faz disparar o alerta em toda a extensão do Velho Chico, inclusive em Minas Gerais, principalmente próximo a áreas com alto despejo de esgotos. A proliferação, atribuída a manobras de retenção de vazão na usina de Paulo Afonso (BA), foi detectada acima da hidrelétrica de Xingó (AL/SE). A informação foi divulgada ontem, durante a 27ª Plenária do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), aqui em Petrolina, pelo representante do Ibama, Célio Costa Pinto. Em território mineiro, a situação é preocupante abaixo da represa de Três Marias e em relação ao maior afluente da bacia, o Rio das Velhas, que deságua no distrito de Barra de Guacuí, no município de Várzea da Palma, Norte mineiro.
O representante do Ibama na Plenária do Comitê de Bacia, Célio Pinto, diz que a situação é preocupante nos locais onde o nível do rio pode cair muito. Ele alerta também para as manobras de redução de vazão, como tem sido reivindicado pelos operadores de barragens, entre elas Três Marias e Sobradinho, na Bahia. Em relação à mancha tóxica detectada entre Paulo Afonso e Xingó, o secretário do Comitê da Bacia do Rio São Francisco, Maciel Oliveira, destaca que no momento a grande preocupação é com o abastecimento humano. “Alertamos os órgãos de meio ambiente e concessionárias de distribuição de água de Alagoas, Sergipe e Pernambuco, para que façam acompanhamento, inclusive da água tratada. Foi encontrada no rio a alga que produz toxinas e provoca problemas de saúde, que podem ser fatais em hospitais, sobretudo para pacientes de hemodiálise”, destacou.
Cianobactérias
São micro-organismos com estrutura que corresponde à célula de uma bactéria, mas realizam fotossíntese. Algumas espécies são fixadoras de nitrogênio atmosférico e outras, produtoras de hepatoxinas ou neurotoxinas. Uma grande flexibilidade a adaptações bioquímicas, fisiológicas, genéticas e reprodutivas garantiu a esses organismos  distribuição em diversos ambientes, tanto terrestres quanto aquáticos (rios, estuários e mares). As espécies que produzem e liberam substâncias tóxicas podem provocar envenenamento de outros animais que dividem o mesmo ambiente, atingindo toda a cadeia alimentar, ou contaminar a água potável, provocando doenças em seres humanos. Muitos dos elementos prejudiciais que produzem não podem ser eliminados pelo processo de fervura da água nem por  métodos tradicionais usados em estações de tratamento.

Fonte: Estado de Minas/CUBAPE

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