Se o PT antes se
esforçava para diferenciar o termo “privatizações”, associado aos governos
tucanos, do termo “concessões”, das gestões petistas, em breve isso não será
mais necessário. Neste domingo (19), em entrevista ao jornal A Gazeta, do
Espírito Santo, o ministro Joaquim Levy adiantou que o governo Dilma Rousseff
(PT) vai transferir o comando de “algumas” empresas públicas para a iniciativa
privada, sem revelar quais – ou seja, vai realizar a venda de patrimônio
público, as privatizações.
Durante a conversa com
os jornalistas Abdo Filho e Eduardo Fachetti, o ministro fala sobre a abertura
do capital de empresas públicas para a iniciativa privada.
Para que fique claro o
tema da conversa, a dupla pergunta: “O senhor está falando de privatizações?”
Levy responde: “Em
alguns casos, você tem a passagem do controle também. Depois tem a parte das
concessões. Todo mundo fala do tal custo Brasil. Uma das maneiras de diminuí-lo
é melhorando a infraestrutura, para isso, a participação do capital privado é
muito importante”
A GAZETA: O país perdeu
600 mil empregos nos últimos 12 meses. Só no mês passado foram 7 mil postos a
menos só aqui no Estado. Até onde vai essa crise? Quando o país voltará a
crescer, gerar empregos e teruma inflaçãodentrodos limites?
LEVY: A expectativa de
inflação para o ano que vem já começa a cair bastante. Está próxima de 5%. Para
2017, está próxima de 4,5%. Já se começa a ver, no campo da inflação, as
perspectivas melhorando. Na parte do emprego, talvez tenhamos mais alguns meses
de desafio. Toda vez que se tem um ajuste, durante um certo período você terá
problema com emprego. Até que a pessoa saia do setor que não é competitivo para
o setor que é competitivo há uma fricção. Aintenção é fazer as mudanças no
menor espaço de tempo possível exatamente para minimizar esse tempo de ajuste.
Por isso são importantes as outras medidas que temos de tomar para encurtar
esse período.
A GAZETA: Que outras
medidas são essas?
JOAQUIM LEVY: Por
exemplo, até algumas com fins fiscais procuram criar valor, abrir mercados… Tem
algumas companhias públicas que estamos querendo abrir o capital. Elas ficarão
mais competitivas, isso aumentará o valor delas, teremos um pouco mais de
receita. É um ganha-ganha. Há também medidas na área de concorrência, que são
importantes pois também é um caminho para baixarmos o custo. E as medidas
tributárias: o ICMS, o PIS/Cofins e outras coisas desse gênero.
A GAZETA: O senhor está
falando de privatizações?
JOAQUIM LEVY: Em alguns
casos, você tem a passagem do controle também. Depois tem a parte das
concessões. Todo mundo fala do tal custo Brasil. Uma das maneiras de diminuí-lo
é melhorando a infraestrutura, para isso, a participação do capital privado é
muito importante. Já temos uma boa experiência disso em todo o país. Em que
setores da economia isso irá acontecer? Estradas é um exemplo. Temos também os
aeroportos. O Aeroporto de Vitória é um candidato para isso. Temos de estudar
as condições. Tem lá o tema dos funcionários da Infraero que precisa ser
estudado com cuidado. Na área de portos, o Espírito Santo também é um exemplo,
com um potencial muito grande. A lei que a presidente Dilma sancionou em 2013
ampliou oportunidades nessa área, já que abriu a possibilidade de portos
privados movimentarem a carga de terceiros. É possível, aqui no Estado,
criar-se novos núcleos de atividade portuária e, claro, econômica. Desde lá do
Norte, na região de Colatina; ali perto da Fibria, em Aracruz; mais para o Sul,
depois de Guarapari; e também aqui no Porto de Vitória. O importante é não
estarmos amarrados apenas ao Porto de Vitória, há várias outras
possibilidades.”
Fonte: Gazeta
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