A forma de contágio do zika vírus pode não acontecer somente pelo
mosquito Aedes aegypti, que também transmite a dengue e chikungunya, mas ainda
por meio de relação sexual ou aleitamento. Suspeita-se ainda de contágio por
via sanguínea, como em transfusões de sangue e transplante de órgãos. As
possibilidades estão sendo investigadas pelo Ministério da Saúde.
O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do
Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, confirmou a investigação, mas
informou que as suspeitas ainda não foram atestadas. "Todas as informações
que temos sobre o zika vírus são recentes. A forma de transmissão que
conhecemos é pelo mosquito", disse.
Outros tipos de contágio são descritos de forma isolada na literatura
médica, de acordo com Maierovitch. "Transmissões por meio de relação
sexual e por aleitamento são citadas em casos isolados, mas ainda estamos
investigando", pontuou.
Um estudo publicado este ano na revista científica internacional
Emerging Infectious Diseases revelou que o zika vírus foi isolado, em 2013, no
sêmen de um paciente do Taiti, ilha da Polinésia Francesa, que passou por uma
epidemia de zika em 2013.
O vírus foi isolado depois de o paciente ter procurado tratamento para a
presença de sangue no esperma, que aconteceu duas semanas após ele ter
apresentado sintomas caracteísticos de zika, como dor de cabeça, febre baixa e
dores nas articulações.
A primeira morte comprovadamente causada pelo vírus foi a de um homem,
do Maranhão, com lúpus que fazia uso de medicamentos corticoides. O segundo
caso foi o de uma menina de 16 anos, do município de Benevides, no Pará, que
morreu em outubro. Ela apresentou dor de cabeça, náuseas e petéquias (pontos
vermelhos na pele e mucosas).
Antes de ser apontado como causador da microcefalia e de graves
problemas neurológicos como a síndrome de Guillain-Barré, que pode deixar o
paciente paralisado e até levar à morte, o zika era considerado uma versão mais
branda da dengue, por causa dos sintomas iniciais que geralmente desaparecem em
até sete dias. Agora, o vírus identificado pela primeira vez na floresta de
Zica, na África, tornou-se a principal preocupação relativa ao combate ao
Aedes.
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