O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) passou mal na prisão no fim de
semana. Pela primeira vez completamente sozinho, e por longas 24 horas, numa
sala sem janelas, ele teve sensação de claustrofobia entre o sábado (28) e o
domingo (29), quando não são permitidas visitas de familiares nem de advogados
na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
CAFÉ QUENTE
As condições e o tratamento dispensado aos presos na PF em Brasília são
considerados bons, inclusive por familiares do senador. A cela, por exemplo,
não tem grades. E ele tem acesso a uma saleta com cozinha e banheiro por onde
circulam policiais. No fim de semana, no entanto, com menor número de
funcionários, a rotina geral muda e os presos têm que ser muitas vezes
trancados, o que ocorreu com o senador.
A QUEDA
A sensação de solidão e sufocamento experimentada por ele é agravada,
segundo amigos próximos, pelo fato de Delcídio ter tido uma rotina frenética
nos últimos anos. Ele começava a trabalhar às 7h e só descansava depois da meia-noite.
Conversava com centenas de empresários, políticos, jornalistas e regularmente
com a presidente Dilma Rousseff. No sábado (28), na prisão, ele só tinha o
silêncio ao seu redor.
ESPELHO
Delcídio já prevê que perderá o mandato de senador. E diz saber que de
nada lhe serve, nos dias atuais, o prestígio e o acesso a todas as esferas de
poder que ele tinha até o dia em que foi preso. "Sou só eu agora",
tem dito a familiares. Maika, mulher do senador, muitas vezes chora
compulsivamente, segundo amigos do casal.
BIBLIOTECA
Delcídio já leu dois livros em menos de uma semana e se dedicou também a
analisar seu processo. A defesa do senador estuda entrar nesta quarta (2) com
pedido de revogação da prisão alegando que todos os riscos apontados pelo
Ministério Público caso ele ficasse solto foram superados. Testemunhas já foram
ouvidas, buscas e apreensões já foram feitas e por isso ele não teria mais como
tentar atrapalhar essa etapa das investigações.
NO PÉ
A defesa deve propor o uso de tornozeleira como alternativa à prisão.
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