quinta-feira, 31 de março de 2016

ADVOGADO DO COLÉGIO MARIA AUXILIADORA CONTESTA ARGUMENTO DA POLÍCIA NO CASO BEATRIZ: "NÃO EXISTE NENHUM ELEMENTO QUE LIGUE OS CINCOS PERSONAGENS COMO SUSPEITOS DO CRIME"


A direção do Colégio Nossa Senhora auxiliadora representado pelo advogado Clailson Ribeiro, revelou a nossa reportagem que recebeu com ‘espanto’, as declarações dadas em coletiva na terça-feira (29), na delegacia de homicídio de Petrolina sobre funcionários da escola que seriam suspeitos de participar de alguma forma, do assassinato da garota Beatriz Angélica Mota, no dia 10 de dezembro de 2015.

“Ficamos espantados com uma afirmação dentro de um inquérito policial que tramita em sigilo, de que cinco personagens são do Colégio e que teriam apresentados condutas suspeitas, onde o delegado acredita na participação dessas pessoas no crime. Ele fez uma afirmação genérica, sem apontar nomes e com isso, o delegado colocou todos os nossos funcionários que foram prestar depoimentos na delegacia em exposição. Colocou em cheque nossos funcionários causando terror. Recebemos até gritos de que somos assassinos”, disse Clailson Ribeiro.

O advogado condenou veemente a conduta do delegado Marceone Ferreira Jacinto, em divulgar informações, que segundo ele não colaboraram com o andamento do caso e a situação, segundo ele, causou transtornos ao Colégio e aos pais das crianças da instituição, que queriam saber se os funcionários, que supostamente estão envolvidos no crime de alguma forma, ainda trabalham no Auxiliadora.

Demissões de funcionários do Auxiliadora

O advogado garante, que todos que faziam alguma atividade como de segurança e assistência no dia da festa, foram demitidos e que ao todo 7 funcionários da escola não trabalham mais na instituição porque não passaram confiança aos gestores e direção. As demissões ocorreram dias depois do crime no decorrer do inquérito policial, onde todos os funcionários interrogados mentiram em depoimento a polícia.

Os cinco personagens foram identificados, a medida que os depoimentos aconteciam e as demissões ocorreram desde janeiro.

O advogado disse que o delegado Marceone se equivocou porque, segundo ele, não existe nenhum elemento que ligue os cinco personagens ao crime e que eles foram afastados por “quebra de confiança”.

Quarenta pais de alunos em reunião realizada na escola, queriam os nomes das pessoas que foram demitidas, após divergências de informações, explicando o advogado, que são muitos os boatos e que os nomes dos mesmos serão preservados.

O sumiço de algumas chaves da escola

Ao tratar do assunto, o advogado disse que as chaves quinze dias antes do crime foram extraviadas, e que isso acontece, e que foram feitas cópias das chaves sumidas para abrir os cadeados. Os mesmos foram trocados e ele explica o que poderia ter acontecido na noite do crime com os cadeados sem chave.

“Se alguém tivesse com a chave, ela não entraria na escola de fora para dentro, porque os cadeados ficam na parte interna. O extravio dessas chaves pelo nosso histórico se tem haver com o caso, o crime pode ter sido ou não premeditado, mas não podemos afirmar se alguém estava com essas chaves e se essa pessoa ajudou de alguma forma na noite do crime. “, ressaltou.

Contribuição da escola com o caso

O advogado ressaltou que a escola esteve apoiando o caso desde o começo. “Todas as imagens foram enviadas para a polícia, nossos funcionários sempre prestaram depoimentos, as postas do Colégio foram abertas por mais de cinquenta vezes para a perícia”, conta.

O advogado reiterou que vem dando apoio a família, segundo ele, e que o professor Sando, Pai de Beatriz está afastado com licença remunerada. A escola ressalta que ajudou no disk-denúncia e que não permitiu a utilização da foto de Beatriz em um dos outdoors porque eles servem para propaganda institucional.

A escola pediu para providenciar cartazes, material impresso de contribuição com fotos da garota com notas ficais, mas o advogado afirmou que a família recusou o apoio.

Advogado pede que delegado Marceone Ferreira se retrate

Segundo o advogado, a polícia vem o tempo todo colocando culpa nas câmeras, nos locais escuros próximos ao local do crime e criticou que, as investigação deveriam ser mais ágeis dede o começo e que a polícia também não agiu de forma considerável em não encontrar logo algumas respostas na noite do crime.

Clailson Ribeiro, enfatizou ainda que o delegado se precipitou com as informações divulgadas na coletiva e espera que o responsável pelo caso se retrate, e que medidas serão encaminhadas ao secretário de segurança do estado de Pernambuco.

“Isso não vai ficar assim ele errou e não acrescentou nada no caso. Esperávamos com essa coletiva, que fosse divulgado o nome do acusado, mas ele expôs ainda mais nossa escola que já vive rodeada de boatos.

Quem trabalhou no dia da festa?

Há 14 anos, formaturas acontecem no Auxiliadora com a presença de seguranças. O evento familiar que reuniu cerca de 1.500 pessoas na noite do dia 10 de dezembro de 2015, contava com funcionários da escola. A instituição contou ainda com uma empresa terceirizada que fez a segurança do Colégio no dia da festa.

“Nós temos segurança, e contamos com uma empresa terceirizada. No dia que o crime aconteceu tínhamos o controle de quem estava passando pelo local”, afirmou o advogado.

No dia seguinte ao crime, o advogado revelou que até mesmo quem trabalhou no local demonstrou abalo emocional e disse que no dia da cena do crime, o local deveria ter sido isolado rapidamente e pediu ainda que a polícia releve qual o local onde realmente a garota foi assassinada.

“Reter as pessoas no momento do fato não seria a melhor conduta. No dia havia uma aglomeração na quadra. Se a polícia ainda não fez o que tinha que fazer será que depois de quatro meses ele vai fazer algo? Questiona o advogado, alagando ainda que muitos alunos, funcionários quase não retornam a instituição lembrando da cena do crime. “as irmãs ficaram arrasadas”, conta o mesmo reafirmando que não notou nenhuma atitude suspeita dos seus funcionários e pede que a culpa não seja depositada à escola.

Mesmo afirmando que nenhum dos personagens citados pela polícia teriam algum tipo de participação suspeita na noite onde ocorreu o assassinato, o advogado reitera. “todos foram demitidos e não foram cinco, e sim sete pessoas”.

Self tirada por participantes da festa, aparece um suspeito de camisa verde

A direção da unidade de ensino revelou que possui uma imagem tirada através de uma Self, onde no fundo aparece um suspeito de camisa verde ao fundo, que para a polícia pode ser do suposto assassino da garota.

“Esse suspeito que aparece no retrato falado, aparece de costas com uma blusa verde e essa self foi tirada próximo ao corredor do bebedouro que dá acesso a sala de depósito. 

A cena de relance pode ser do suspeito”, conta o advogado.

Sala onde Beatriz foi encontrada morta era a única sem cadeado depois de um incêndio
O advogado revela que a responsabilidade da sala onde Beatriz foi encontrada é da polícia e o espaço foi isolado meses antes em um incêndio considerado ela direção criminoso.

“O incêndio aconteceu e nós fizemos o boletim de ocorrência e ninguém poderia entrar e sair porque a sala foi isolada e ela era a única que não era trancada, justamente porque ninguém foi autorizado a mexer lá. A sala inclusive tinha fitas isolantes e até hoje a polícia não apontou quem incendiou aquelo local”, ressalta.

Providências tomadas pela escola após o crime

O advogado afirmou em tom de firmeza que o Colégio Auxiliadora é um dos mais seguros da região e algumas medidas mais seguras precisaram ser tomadas após o crime de Beatriz. Agora, cada aluno ou funcionário só entra na escola com o acesso eletrônico por meio de digitais. Todas e mais câmeras de segurança foram trocadas e serão colocadas na áreas de difícil acesso por uma empresa terceirizada. “Antes, o motivo era de ter câmeras para visualizar alunos na hora do recreio, apenas”, conta.

A autoridade jurídica alega, que mesmo o colégio sendo considerado um do mais seguros, não poderia conter a participação de mais e 1.400 pessoas na noite do episódio bárbaro pela quantidade de pessoas e que o crime poderia ter acontecido em qualquer outro local em Petrolina.

Mais seguranças foram acrescentados ao quadro de funcionários da rede de ensino. Alguns pais trazem sugestões mais seguras e criticam ainda sobre a infraestrutura da escola e a direção pede ainda a polícia a liberação da quadra para os alunos, onde aconteceu a festa, já que a mesma ainda permanece isolada.


“Esperamos que a polícia pare de inventar desculpas e apresente resultados concretos. Se a polícia afirma que possui elementos onde apontam, que quem participou conhecia a escola para ajudar o suspeito a praticar esse crime, que realmente ela cumpra com seu papel e esperamos que a escola não seja mais prejudicada. Nossa imagem só vive em função de boatos e isso nós não queremos mais”, finaliza Clailson Ribeiro, advogado do Colégio Maria Auxiliadora.
Fonte: Blog do Edenevaldo Alves

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