A direção do Colégio Nossa Senhora auxiliadora representado pelo
advogado Clailson Ribeiro, revelou a nossa reportagem que recebeu com
‘espanto’, as declarações dadas em coletiva na terça-feira (29), na delegacia
de homicídio de Petrolina sobre funcionários da escola que seriam suspeitos de
participar de alguma forma, do assassinato da garota Beatriz Angélica Mota, no
dia 10 de dezembro de 2015.
“Ficamos espantados com uma afirmação dentro de um inquérito policial
que tramita em sigilo, de que cinco personagens são do Colégio e que teriam
apresentados condutas suspeitas, onde o delegado acredita na participação
dessas pessoas no crime. Ele fez uma afirmação genérica, sem apontar nomes e
com isso, o delegado colocou todos os nossos funcionários que foram prestar
depoimentos na delegacia em exposição. Colocou em cheque nossos funcionários
causando terror. Recebemos até gritos de que somos assassinos”, disse Clailson
Ribeiro.
O advogado condenou veemente a conduta do delegado Marceone Ferreira
Jacinto, em divulgar informações, que segundo ele não colaboraram com o
andamento do caso e a situação, segundo ele, causou transtornos ao Colégio e
aos pais das crianças da instituição, que queriam saber se os funcionários, que
supostamente estão envolvidos no crime de alguma forma, ainda trabalham no
Auxiliadora.
Demissões de funcionários do Auxiliadora
O advogado garante, que todos que faziam alguma atividade como de
segurança e assistência no dia da festa, foram demitidos e que ao todo 7
funcionários da escola não trabalham mais na instituição porque não passaram
confiança aos gestores e direção. As demissões ocorreram dias depois do crime
no decorrer do inquérito policial, onde todos os funcionários interrogados
mentiram em depoimento a polícia.
Os cinco personagens foram identificados, a medida que os depoimentos
aconteciam e as demissões ocorreram desde janeiro.
O advogado disse que o delegado Marceone se equivocou porque, segundo
ele, não existe nenhum elemento que ligue os cinco personagens ao crime e que
eles foram afastados por “quebra de confiança”.
Quarenta pais de alunos em reunião realizada na escola, queriam os nomes
das pessoas que foram demitidas, após divergências de informações, explicando o
advogado, que são muitos os boatos e que os nomes dos mesmos serão preservados.
O sumiço de algumas chaves da escola
Ao tratar do assunto, o advogado disse que as chaves quinze dias antes
do crime foram extraviadas, e que isso acontece, e que foram feitas cópias das
chaves sumidas para abrir os cadeados. Os mesmos foram trocados e ele explica o
que poderia ter acontecido na noite do crime com os cadeados sem chave.
“Se alguém tivesse com a chave, ela não entraria na escola de fora para
dentro, porque os cadeados ficam na parte interna. O extravio dessas chaves
pelo nosso histórico se tem haver com o caso, o crime pode ter sido ou não
premeditado, mas não podemos afirmar se alguém estava com essas chaves e se
essa pessoa ajudou de alguma forma na noite do crime. “, ressaltou.
Contribuição da escola com o caso
O advogado ressaltou que a escola esteve apoiando o caso desde o começo.
“Todas as imagens foram enviadas para a polícia, nossos funcionários sempre
prestaram depoimentos, as postas do Colégio foram abertas por mais de cinquenta
vezes para a perícia”, conta.
O advogado reiterou que vem dando apoio a família, segundo ele, e que o
professor Sando, Pai de Beatriz está afastado com licença remunerada. A escola
ressalta que ajudou no disk-denúncia e que não permitiu a utilização da foto de
Beatriz em um dos outdoors porque eles servem para propaganda institucional.
A escola pediu para providenciar cartazes, material impresso de
contribuição com fotos da garota com notas ficais, mas o advogado afirmou que a
família recusou o apoio.
Advogado pede que delegado Marceone Ferreira se retrate
Segundo o advogado, a polícia vem o tempo todo colocando culpa nas
câmeras, nos locais escuros próximos ao local do crime e criticou que, as
investigação deveriam ser mais ágeis dede o começo e que a polícia também não
agiu de forma considerável em não encontrar logo algumas respostas na noite do
crime.
Clailson Ribeiro, enfatizou ainda que o delegado se precipitou com
as informações divulgadas na coletiva e espera que o responsável pelo caso se
retrate, e que medidas serão encaminhadas ao secretário de segurança do estado
de Pernambuco.
“Isso não vai ficar assim ele errou e não acrescentou nada no caso.
Esperávamos com essa coletiva, que fosse divulgado o nome do acusado, mas ele
expôs ainda mais nossa escola que já vive rodeada de boatos.
Quem trabalhou no dia da festa?
Há 14 anos, formaturas acontecem no Auxiliadora com a presença de
seguranças. O evento familiar que reuniu cerca de 1.500 pessoas na noite do dia
10 de dezembro de 2015, contava com funcionários da escola. A instituição
contou ainda com uma empresa terceirizada que fez a segurança do Colégio no dia
da festa.
“Nós temos segurança, e contamos com uma empresa terceirizada. No dia
que o crime aconteceu tínhamos o controle de quem estava passando pelo local”,
afirmou o advogado.
No dia seguinte ao crime, o advogado revelou que até mesmo quem
trabalhou no local demonstrou abalo emocional e disse que no dia da cena do
crime, o local deveria ter sido isolado rapidamente e pediu ainda que a polícia
releve qual o local onde realmente a garota foi assassinada.
“Reter as pessoas no momento do fato não seria a melhor conduta. No dia
havia uma aglomeração na quadra. Se a polícia ainda não fez o que tinha que
fazer será que depois de quatro meses ele vai fazer algo? Questiona o advogado,
alagando ainda que muitos alunos, funcionários quase não retornam a instituição
lembrando da cena do crime. “as irmãs ficaram arrasadas”, conta o mesmo
reafirmando que não notou nenhuma atitude suspeita dos seus funcionários e pede
que a culpa não seja depositada à escola.
Mesmo afirmando que nenhum dos personagens citados pela polícia teriam
algum tipo de participação suspeita na noite onde ocorreu o assassinato, o
advogado reitera. “todos foram demitidos e não foram cinco, e sim sete
pessoas”.
Self tirada por participantes da festa, aparece um suspeito de camisa
verde
A direção da unidade de ensino revelou que possui uma imagem tirada
através de uma Self, onde no fundo aparece um suspeito de camisa verde ao
fundo, que para a polícia pode ser do suposto assassino da garota.
“Esse suspeito que aparece no retrato falado, aparece de costas com uma
blusa verde e essa self foi tirada próximo ao corredor do bebedouro que dá
acesso a sala de depósito.
A cena de relance pode ser do suspeito”, conta o
advogado.
Sala onde Beatriz foi encontrada morta era a única sem cadeado depois de
um incêndio
O advogado revela que a responsabilidade da sala onde Beatriz foi
encontrada é da polícia e o espaço foi isolado meses antes em um incêndio
considerado ela direção criminoso.
“O incêndio aconteceu e nós fizemos o boletim de ocorrência e ninguém
poderia entrar e sair porque a sala foi isolada e ela era a única que não era
trancada, justamente porque ninguém foi autorizado a mexer lá. A sala inclusive
tinha fitas isolantes e até hoje a polícia não apontou quem incendiou aquelo
local”, ressalta.
Providências tomadas pela escola após o crime
O advogado afirmou em tom de firmeza que o Colégio Auxiliadora é um dos
mais seguros da região e algumas medidas mais seguras precisaram ser tomadas
após o crime de Beatriz. Agora, cada aluno ou funcionário só entra na escola
com o acesso eletrônico por meio de digitais. Todas e mais câmeras de segurança
foram trocadas e serão colocadas na áreas de difícil acesso por uma empresa
terceirizada. “Antes, o motivo era de ter câmeras para visualizar alunos na
hora do recreio, apenas”, conta.
A autoridade jurídica alega, que mesmo o colégio sendo considerado um do
mais seguros, não poderia conter a participação de mais e 1.400 pessoas na
noite do episódio bárbaro pela quantidade de pessoas e que o crime poderia ter
acontecido em qualquer outro local em Petrolina.
Mais seguranças foram acrescentados ao quadro de funcionários da rede de
ensino. Alguns pais trazem sugestões mais seguras e criticam ainda sobre a
infraestrutura da escola e a direção pede ainda a polícia a liberação da quadra
para os alunos, onde aconteceu a festa, já que a mesma ainda permanece isolada.
“Esperamos que a polícia pare de inventar desculpas e apresente
resultados concretos. Se a polícia afirma que possui elementos onde apontam,
que quem participou conhecia a escola para ajudar o suspeito a praticar esse
crime, que realmente ela cumpra com seu papel e esperamos que a escola não seja
mais prejudicada. Nossa imagem só vive em função de boatos e isso nós não
queremos mais”, finaliza Clailson Ribeiro, advogado do Colégio Maria
Auxiliadora.
Fonte: Blog do Edenevaldo Alves
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