A Polícia Federal indiciou a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) e o marido
dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, por envolvimento em crime de corrupção. A
suspeita é que dinheiro desviado da Petrobras tenha abastecido a campanha de
2010. No documento, anexado a um dos processos que tramitam no Supremo Tribunal
Federal , a PF entendeu que há indícios
suficientes de que a campanha recebeu R$ 1 milhão em propina.
Em novembro do ano passado, durante delação premiada, o doleiro Alberto
Youssef confessou ter feito a entrega do dinheiro, a mando do ex-diretor Paulo
Roberto Costa, em um shopping de Curitiba. Youssef descreveu à Lava Jato que a
entrega do dinheiro foi feita em quatro parcelas: três no shopping e outra na
casa dele, em um condomínio de alto padrão da capital paranaense. Paulo Roberto
Costa afirmou ainda à PF que foi o ex-ministro Paulo Bernardo quem teria feito
o pedido de “auxílio” para a campanha.
Youssef e Costa são réus no processo que investiga lavagem de dinheiro,
superfaturamento, desvios, corrupção e propina na Petrobrás. O esquema teria
comando de PMDB, PT e PP e abasteceu os partidos PSB E PSDB, de acordo com os
delatores – que buscam redução da pena em troca de colaborar com os novos
processos.
Ex-ministros negam acusações
A reportagem do Paraná Portal tentou contato com o advogado de Gleisi,
Guilherme Gonçalves, mas não teve retorno até o momento.
Em depoimento à Polícia Federal, no ano passado, o casal disse não
conhecer o doleiro e nunca ter tido qualquer contato com ele ou com o esquema investigado
pela Polícia Federal. Na época, a assessoria de imprensa da senadora informou
ainda que todas as doações para a campanha constam na prestação de contas
aprovada pela Justiça Eleitoral.
Na época dos fatos Paulo Bernardo era titular de Planejamento, Orçamento
e Gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Gleisi se licenciou do
senado em 2011 para assumir o cargo de ministra chefe da Casa Civil no governo
de Dilma Rousseff – ela ocupou o cargo até o começo de 2015, quando saiu para
disputar o governo do Paraná.
Evidências
Paulo Roberto Costa afirma que o repasse de R$ 1 mi feito à petista se
comprova na inscrição que ele lançou em sua agenda pessoal, apreendida pela
Polícia Federal três dias após a
deflagração da Operação Lava Jato. Segundo ele, o valor destinado a campanha de
Gleisi saiu de uma cota equivalente a 1% sobre o valor de contratos
superfaturados da Petrobrás.
Youssef afirma que um empresário indicado por Bernardo, que não teve o
nome revelado, fez a entrega do dinheiro. Os investigadores da Lava Jato
acreditam que a quantia supostamente destinada à campanha de Gleisi em 2010 foi
entregue em espécie.
Costa afirmou que o valor de R$ 1 milhão era da “Propina do PP”, partido
da base aliada do Governo da Dilma, que foi presidido pelo deputado José Janene
(PR), morto em 2010. Ele era líder do PP na Câmara e réu do mensalão no Supremo
Tribunal Federal.
Fonte: Paraná Portal
Nenhum comentário:
Postar um comentário