Na manhã desta
terça-feira (29), foram apresentadas novidades sobre o caso da morte da menina
Beatriz Mota, morta brutalmente, em dezembro do ano passado, no Colégio Nossa
Senhora Auxiliadora, em Petrolina Sertão de Pernambuco. Na coletiva de
imprensa, falaram sobre o caso o delegado responsável, Marceone Ferreira
Jacinto e o perito-chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP), Gilmário Lima.
Apesar de até
momento apenas um retrato falado do suspeito do crime ter sido divulgado,
durante a coletiva, tanto o perito, quando o delegado, afirmaram à imprensa que
o crime foi premeditado, os criminosos conheciam o local, é apontado que a
vítima foi aleatória e que há a participação de mais pessoas em sua execução.
Ambos profissionais
deixaram claro que este é um caso de alta complexidade e que as investigações
se encontram em fase avançada. O perito-chefe do estado chegou a afirmar que
este é um dos casos mais difíceis da carreira dele.
Desde as primeiras
explanações o delegado Marceone frisou que há questionamentos que não poderiam
ser divulgados para que não atrapalhasse o curso da elucidação do crime. O
delegado trouxe como fato novo à população que o corpo da menina Beatriz foi
encontrado em uma sala utilizada para guardar materiais diversos, localizado
ainda nas dependências da quadra do colégio, porém, ela não foi morta neste
depósito.
O local do crime
Ao mostrar a foto
do local tirada no dia seguinte ao assassinato, o delegado mostrou que pelo
tipo de mancha de sangue, o laudo aponta que aquele não era o local do crime. A
menina tinha 42 perfurações de arma branca, o que deixaria no ambiente
“salpicos” e não somente a marca uniforme de sangue. Outro indício que a garota
só foi posta ali após a barbárie, foi o fato do solado dos calçados de Bia não
terem marca de fuligem. O depósito tinha sido alvo de ação criminosa meses
antes e não tinha sido ainda, retirado todos os vestígios do incêndio. Logo, se
ela tivesse sido arrastada ou chegado caminhando a saleta, este material seria
encontrado em seus pés e sandálias.
Jogo de
Quebra-cabeças
Outro fato que a
Polícia Civil trouxe nesta manhã foi o do desaparecimento de 3 chaves do molho
da escola, dez dias antes do crime. E estas, seriam de ambientes de acesso
próximo a quadra.
Retrato falado
Rebatendo às
críticas que surgiram quando foi divulgada a face e a cor da camisa do suspeito
do crime (cor verde), o delegado Marceone afirma que o depoimento de nove
pessoas, que não são amigas e não se conhecem, ajudou a compor o retrato do suspeito.
Além disso, foi relatado que o homem teria tido atitude suspeita como
nervosismo e descontrole emocional, minutos antes de Beatriz descer para beber
água, por várias pessoas.
Um dos depoimentos
conta que uma pessoa que teria descido dois minutos antes de Beatriz para a
área do bebedouro, teria ido até a área próxima onde o corpo seria mais tarde
encontrado e se assustou com a presença inusitada deste homem e teria saído do
local, após ele começar a bater com o celular numa grade próxima que havia no
ambiente. Amedrontada com o comportamento inesperado, a testemunha voltou a
área central da festa e durante o retorno, cruzou com Bia na escadaria da
quadra.
Uma segunda
testemunha teria ido ao bebedouro 29 segundos após a criança e não viu mais o
homem. Para o delegado, ele está sim envolvido. “Não resta dúvidas que ele
participou do crime” deixou claro Marceone.
O homem com rosto
divulgado também foi visto fingindo beber água, dentro dos banheiros masculino
e feminino, em comportamento estranho. Além de uma criança ter dado depoimento
que o mesmo teria a chamado a pegar uma mesa, um pouco antes do momento do crime.
Outro indício que
há outras pessoas envolvidas, são testemunhos que dão conta que haveria gente
na área próxima da cena onde foi encontrado o corpo, logo em baixo de
mangueiras que há no local. A pessoa que teria levado a criança, deveria ter
sido vista por estes que se encontravam próximo às árvores, retirando Bia do
local mais movimentado, para a execução da menina. Para o delegado, ou
participaram ou deram cobertura.
Personagens
Dentro de todas as
pessoas ouvidas, 5 chamaram atenção na investigação por demonstrar nervosismo
excessivo, contradições e mentir sobre locais onde tinham, ou não estado dentro
do colégio. De acordo o delegado Marceone, são 4 homens ou e uma mulher que
podem estar envolvidos, ou com medo de contar algo que viu naquela noite.
O laudo da Perícia
Segundo o
perito-chefe Gilmário Lima, este é o caso número 1 no Estado e para realização
da perícia foram utilizados todos os equipamentos mais modernos em elucidações
de homicídios, como a luminescência e uso de luminol.
O que tornou o caso
mais complexo, segundo o perito, foi a falta de rastros de sangue do local onde
o corpo foi encontrado, para o que a menina foi morta. Para preservar as
investigações, o local do crime não foi divulgado.
A menina foi
carregada até o local e deixada lá, para que os criminosos ganhassem tempo, já
que era de difícil acesso. A margem de tempo entre sumiço e a morte de Beatriz
foi de 20 minutos.
Pela brutalidade do
homicídio, o perito considera que o ou os executores, estariam com bastante raiva.
Ele deixa aberta ainda a possibilidade de mais de uma pessoa ter esfaqueado
Beatriz.
Gilmário Lima ainda
reforça que pessoas que tenham fotos, mesmo que selfies do evento, continuem a
encaminhar a Polícia Civil através do Whats App, deixando na Delegacia ou
passando informações através do Disk Denúncia, para que peças deste grande quebra-cabeça
possam aparecer.
Com a colaboração do Blog do Waldiney Passos
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