Os acidentes envolvendo
motos já são a principal causa de ocorrências de trânsito no país,
ultrapassando os atropelamentos de pedestres. Atualmente, mais de metade das
internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são de motociclistas, que
respondem por três quartos das indenizações do Seguro Obrigatório de Danos
Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).
O dado foi trazido
durante o 1º Fórum Nacional da Cruz Vermelha Brasileira sobre Segurança Viária,
que marcou o início da Semana Nacional do Trânsito, na última sexta-feira (18),
pelo médico Fernando Moreira, especialista em medicina do trânsito e
conselheiro da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado
do Rio de Janeiro (Fetranspor).
“As motos mudaram o padrão
da mortalidade, com a expansão muito forte da frota de motos nos últimos dez
anos, e hoje a principal vítima no
trânsito já é o motociclista. O pedestre era historicamente quem mais sofria no
trânsito, agora é o motociclista. Há vários fatores que incidem diretamente
nesta utilização maior das motos, que é um veículo com um risco maior agregado
do que um veículo de quatro rodas”, disse Moreira.
O médico também chamou
a atenção para a dispensa de itens obrigatórios de segurança, como capacete e
calçado fechado. Além disso, ele denunciou que, em muitas cidades do país,
principalmente no interior, é comum as pessoas pilotarem moto sem terem
documento de habilitação.
“Lamentavelmente, em
nosso país, não se usa um item obrigatório, que é o capacete. Muitas pessoas
sequer tem habilitação para andar de moto. Em alguns locais do interior do
país, 60% a 70% das pessoas não são habilitadas para dirigir moto, não conhecem
minimamente a legislação de trânsito.”
As estatísticas do
DPVAT relativas a 2014 podem ser acessadas no endereço
www.seguradoralider.com.br, na aba Centro de Dados e Estatísticas.
Agência Brasil
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